É estranho saber que nos dias atuais, o trabalho escravo é um problema enfrentado por um sem números de brasileiros. Assisti a um programa que falava da atuação do Ministério do Trabalho, através de suas superintendências regionais, para combater esse mal que ainda faz parte da nossa realidade social. Na sua grande maioria, a concentração deste tipo de problema é entre a região centro-oeste, norte e nordeste, mas infelizmente, alastra-se também por outros estados, inclusive em São Paulo.
Neste programa a que assisti, o resgate dos trabalhadores foi feito numa fazenda no interior do estado do Pará, onde muitos deles moravam há anos em condições desumanas: mal alimentados, precariamente instalados, alguns doentes e sem nenhum tipo de cuidados médicos. Não estou falando de presos marginais e nem de uma colônia penitenciária agrícola , mas sim, de pessoas de bem que a procura de um trabalho digno, foram obrigadas a ficarem confinadas naquele lugar, sob ameaça de morte. Impressionante em um depoimento dado, foi ouvir que havia entre eles a idéia de um plano de fuga, como se bandidos fossem.
Muitos desses homens, por falta de opção, tenderão a cair nesse tipo de armadilha novamente, pois pela precariedade das condições de trabalho nessas regiões e pelo próprio despreparo pessoal, fatalmente serão vítimas de pessoas inescrupulosas e sem o menor caráter, que os escravizarão tantas outras vezes.
O lado mais cruel disso tudo, é saber que alguém ainda se ache no direito de explorar um semelhante, como se sentisse superior a ele. Não há o que ser dito, apenas que é imensamente triste!
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética.O que mais preocupa é o silêncio dos bons." Martin Luther King
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